Votorantim abrirá fábrica de cimento em Marabá ainda em 2013

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Por Ulisses Pompeu – de Marabá

Durante a audiência trabalhista entre representantes da Cosipar e do Ministério Público do Trabalho (MPT) na 2ª Vara do Trabalho de Marabá, na última terça-feira, 5, o advogado Roberto Akiau, representando a Votorantim Cimentos, revelou ao juiz Jônatas dos Santos Andrade, que a empresa pretende adquirir parte da área da Cosipar para implantar um negócio.

A área em questão, localizada no Distrito Industrial de Marabá, dentro da planta da Cosipar, não tem nenhuma benfeitoria, mas está com restrição junto ao Nordbank, dos Estados Unidos, mas caso a Justiça do Trabalho faço o desbloqueio, a Votorantim Cimentos está disposta a pagar R$ 1.700.000,00 por ela, aproximadamente, levando em consideração que o valor do metro quadrado da CDI (Companhia de Desenvolvimento Industrial) do Estado do Pará é de R$ 9,18.

A área está penhorada no processo trabalhista e a Votorantim não se opõe em concorrer como licitante em hasta pública e o advogado Roberto Akiau disse ao juiz Jônatas Andrade que o interesse é de aquisição imediata, no máximo 30 dias, informando que da hasta pública deve estar ciente o Nordbank, titular do gravame incidente sobre a área.

Roberto Akiau disse ainda que caso a situação evoluísse para hasta pública, em cinco dias apresentaria memorial descritivo, ressaltando que terreno deve estar isento de qualquer gravame.

Procurado pela reportagem durante a audiência, Akiau disse que não tinha autorização de falar com a Imprensa sobre o investimento e repassou os questionamentos à Assessoria de Imprensa da Votorantim, que não se pronunciou sobre o caso até o fechamento desta Reportagem.

Todavia, o diretor técnico da Votorantim Cimentos, Edvaldo Rabelo, disse em entrevista à Revista  Mercado e Construção no final do ano passado, que a empresa pretendia abrir uma fábrica de cimentos
em Marabá. “A empresa mantém seu plano de investimento com o objetivo de chegar a 2013 com capacidade ociosa estratégica de produção, possibilitando operar com segurança o abastecimento de nossos clientes em momentos de picos sazonais. Dessa forma, estão programadas uma nova unidade de cimento em Marabá (PA) e duas novas plantas no Nordeste”, disse ele.

Para colocar em prática seus planos de expansão, a Votorantim Cimentos conta com a parceria da WEG no fornecimento de subestações de alta tensão na modalidade turn key (chave na mão) e motores de média e baixa tensão. Em Marabá, a empresa pretende construir uma subestação de alta tensão com um transformador de 12,5/15 MVA 138/6,6 kV.

Até o final deste ano, com a conclusão da chamada terceira onda de investimentos, a Votorantim Cimentos terá 35 plantas com capacidade produtiva total de 42 milhões de toneladas por ano. A Reportagem do blog não conseguiu apurar qual a capacidade de produção da futura planta de Marabá.

5 comentários em “Votorantim abrirá fábrica de cimento em Marabá ainda em 2013

  1. Marli Pereira dos santos Responder

    Trabalhamos com entrega de marmitex, se precisarem do nossos servidão,por favor nos procure,991767593/991847593

  2. André Santos Responder

    Oi, Zé, bom dia!
    A fábrica de cimento da Votorantim em Marabá vem sendo pensada desde 2011. Além dela, aqui no Estado, a empresa está prestes a abrir unidade no município de Primavera, no nordeste paraense, por conta das jazidas de calcário – e sobretudo ele – e argila existentes lá. Nessa fábrica, estão sendo investidos R$ 390 milhões e gerados 1.200 empregos na etapa de construção. Outros 500 postos de trabalho diretos serão criados, segundo a Votorantim, quando a fábrica começar a operar.
    Aqui em Marabá, o motivo é praticamente o mesmo (só mudam a geografia e a razão da “commodity”): a Votorantim Metais vem com todo o gás deixar sua fábrica de “stand by” para a expansão de novos negócios, tendo em vista que logo ali, em Rondon do Pará, a 130 quilômetros de Marabá, ela “descobriu” uma megajazida de bauxita em torno da qual pretende investir R$ 5,6 bilhões num ousado projeto de beneficiamento do minério (com construção de refinaria para produção de alumina e tudo mais).
    Além de concentrar os investimentos na região, a Votorantim pretende verticalizar a potencial extração de bauxita, tendo em vista que 5% da produção nacional dessa “commodity” vai para a indústria cimenteira. E, aliás, o Pará é o segundo maior polo produtor de bauxita e alumina do mundo, com exploração de minas de bauxita nos municípios de Paragominas e Juruti.
    Embora a região possua depósitos minerais – tanto em bauxita quanto em calcário – consideráveis e suficientes para abastecer a indústria do cimento, Marabá e região se veem obrigados a importar esse aglomerante hidráulico essencial à construção civil. Atualmente, o produto consumido no sudeste paraense vem de Xambioá (TO), diretamente da fábrica que a Votorantim ergueu há dois anos no município tocantinense.
    A previsão é de que em Rondon do Pará o complexo Alumina Rondon, da Votorantim Metais, tenha capacidade para extrair e beneficiar, por ano, 7,1 milhões de toneladas de bauxita e 3 milhões de toneladas de alumina a partir de 2016. Estima-se que sejam gerados 1.600 empregos diretos e, no total, se multiplicados por 13, o projeto Alumina Rondon poderá gerar mais de 20 mil postos de trabalho – isso porque, para cada emprego direto na mineração, 13 indiretos são criados, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
    No mapa de investimentos da indústria mineral no Pará, para o período de 2011 a 2015, elaborado pelo Sindicato das Indústrias Minerais (Simineral) do Estado, não é encontrada qualquer alusão à fábrica de cimentos da Votorantim em Marabá. E, ainda assim, ela deve ser, por enquanto, o único consolo ao município, na área de projetos de médio e grande portes, já que o sonho de contar com a tão aguardada Aços Laminados do Pará (Alpa), da Vale, virou um imbróglio frustrante que, nesse caso, só azar tem quem acredita nele.
    Se realmente vingar, após todos os impasses, e for semelhante à unidade de Primavera, a planta da Votorantim em Marabá pode ter capacidade de produção de 1,2 milhões de toneladas de cimento por ano, considerando-se haver um forno para produzir 3 mil toneladas por dia de clinquer, durante semana-útil de seis dias. A produção anual pode chegar a 1,55 milhões de toneladas de minério bruto. E o número de postos de trabalho nas fases de implantação e operação do empreendimento deve chegar a cerca de 1.200 e 500, respectivamente. O Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do Projeto Primavera está disponível na internet, no site da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e cita Marabá, cautelosamente, como “polo econômico” na classificação adotada pelo governo estadual para expansão de negócios e atração de investimentos.
    Abraço.

    André Santos

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