Marabá: há 18 dias em greve, servidores da Prefeitura lutam por salários e outros direitos atrasados

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Por Ulisses Pompeu – de Marabá

Cerca de 200 servidores de várias secretarias municipais de Marabá continuam as manifestações iniciadas há 18 dias em protesto pelo atraso de salários, pagamento de plantões, horas-extras, vale alimentação e vale transporte. Nesta quinta-feira, dia 6, a mobilização conta com participação de servidores da Saúde, Educação, agentes de trânsito, guardas municipais, entre outros, em frente à Secretaria Municipal de Saúde.

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Servidores do Hospital Materno Infantil (HMI) reclamam a falta de pagamento de horas-extras, plantões e benefícios. De acordo com a servidora concursada Rose Maia, há dois meses os trabalhadores não recebem o vale alimentação. “Não somos obrigados a fazer os plantões, como o prefeito mesmo reconhece. O problema é que a demanda aqui é muito grande e o hospital tem necessidade de que façamos”, enfatizou. Ela lembrou que os trabalhadores têm compromissos para honrar, como contas e a alimentação da família e que até os salários estão sendo pagos com atraso. “Nós não estamos pedindo nada, só estamos cobrando o nosso direito”, resumiu.

No dia 27 de setembro último, sindicatos de várias categorias elaboraram um documento e protocolaram no Gabinete do prefeito João Salame, com uma pauta de reivindicações e pedindo agendamento de uma reunião para discuti-la. Na Educação, o Sintepp cobra a regularização do pagamento do Vale Alimentação, devolução de proventes subtraídos de 1.175 servidores durante a gestão interina de Luiz Carlos Pies, pagamento das horas extras já trabalhadas nos meses de julho e agosto de 2016 e pagamento retroativo de servidores do nível médio.

Já o Sintesp (Sindicato dos Servidores em Saúde Pública) cobra da gestão municipal o pagamento de horas extras trabalhadas nos meses de julho e agosto, pagamento de plantões de servidores concursados e regularização das diárias do TFD (Tratamento Fora do Domicílio).

O Sindicato dos Servidores do Município de Marabá (Servimmar), que congrega dezenas de secretarias, pede ao prefeito João Salame que pague o vale alimentação em atraso de todos os servidores e regularize o pagamento, com urgência, de servidores da Casa de Passagem e do Abrigo para menores.

Os agentes da Guarda Municipal clamam ao prefeito que pague a periculosidade já prevista em lei e promova a mudança, em caráter emergencial, do prédio sede da Guarda Municipal, que atualmente encontra-se alojada debaixo das escadas e dentro de um banheiro do Ginásio Poliesportivo da Folha 16.

No hospital Municipal, médicos do município que não recebem seus plantões estão deixando de atender. Para tentar amenizar o problema, os do Samu foram convocados em caráter de urgência, mas também não estão dando conta do serviço, causando tumulto e descontentamento para dezenas de usuários que procuram aquela casa de saúde diariamente.

Defesa

Em uma nota curta, a Assessoria de Comunicação da prefeitura informou que a gestão municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está negociando o retorno aos plantões e pagamento dos dias em atraso. Foi informado também que a situação deve-se às dificuldades financeiras que o município enfrenta no momento. O comunicado diz ainda que a Prefeitura reconhece o direito de manifestação dos servidores.