Juiz Federal do Trabalho apresenta Projeto “Escravo nem pensar” para a sociedade tucumaense

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Roney Wydiamaior – De Tucumã

O município de Tucumã, localizado na PA-279, na região sudeste paraense, recebeu pela a primeira vez a edição do projeto da ONG Repórter Brasil denominado “Escravo nem Pensar”.

TucumãA iniciativa tem por objetivo identificar e tonar públicas as situações que ferem direitos trabalhistas e causam danos socioambientais no Brasil, visando a mobilização de lideranças sociais, políticas e econômicas para a construção de uma sociedade com respeito aos direitos humanos, mais justa, igualitária e democrática.

O juiz federal da 2° Vara Trabalhista da 8ª Região, sediada em Marabá, Dr.Jônatas Andrade (foto), esteve em Tucumã no último fim de semana e classificou o evento como magnifico. De acordo com o magistrado, os alunos do ensino infantil e fundamental demostraram, com criatividade e reprodução das mesmas condições, como se pratica o trabalho escravo, apresentado em pedagogia adequada, em especial para o público infantil. “Isso é muito importante para o projeto que inicialmente era restrito a um município e hoje já alcança proporções regionais. Antes eram apenas quatro municípios na região e agora já são mais de vinte, passando de vinte mil para trinta e trinta e três mil participantes alcançados pelo projeto “Escravo nem Pensar”, informou o magistrado.

Foi a primeira vez que o município de Tucumã recebeu um evento desta magnitude para falar abertamente sobre as maneiras e os desafios de como combater o trabalho escravo e infantil na região. A organização contou com a participação direita da Prefeitura de Tucumã, através da Secretaria Municipal de Educação, que organizou e mobilizou todas as escolas municipais com apresentações de diversas formas e situações em que se pratica o trabalho escravo no município e região.

Estiveram presentes, além do prefeito municipal, Adelar Pelegrini, a secretária de educação e cultura, Maria da Conceição Rocha Leão e o Padre Danilo, que representou a Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre outras autoridades no âmbito do legislativo, do executivo e do judiciário.

ONG Repórter Brasil
A Repórter Brasil foi fundada em 2001 por jornalistas, cientistas sociais e educadores com o objetivo de fomentar a reflexão e ação sobre a violação aos direitos fundamentais dos povos e trabalhadores no Brasil. Devido ao seu trabalho, tornou-se uma das mais importantes fontes de informação sobre trabalho escravo no país. Suas reportagens, investigações jornalísticas, pesquisas e metodologias educacionais têm sido usadas por lideranças do poder público, do setor empresarial e da sociedade civil como instrumentos para combater a escravidão contemporânea, um problema que afeta milhares de pessoas.

Projeto “Escravo, nem pensar”
Este é o primeiro programa educacional de prevenção ao trabalho escravo a atuar em âmbito nacional. Com o desenvolvimento de metodologia educacional própria, desde 2004 o ENP! atua em comunidades em áreas de alta vulnerabilidade social, suscetíveis a violações de direitos humanos como trabalho escravo e tráfico de pessoas.  Suas linhas de ação incluem formação para educadores e lideranças comunitárias; elaboração de publicações didático-pedagógicas; e apoio técnico-financeiro a iniciativas comunitárias locais. Tais atividades já alcançaram mais de 140 municípios em oito estados brasileiros, beneficiando mais de 200 mil pessoas. O programa também foi incluído nominalmente na segunda edição do Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo e consta como meta ou ação de planos estaduais como os do Mato Grosso, Pará, Tocantins e Maranhão. É considerado referência e citado como exemplo por agências das Nações Unidas.

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