Apoiados pelo Sintracpar, funcionários do supermercado Mix Mateus entram em greve

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Fim da exposição de trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras e descontos excessivos no contracheque, redução da jornada de trabalho que excede 8 horas para 6 horas diárias, pagamentos retroativos referentes ao ticket alimentação e salário estão entre as principais reivindicações feitas pelos funcionários do supermercado Mix Mateus, localizado no bairro Nova Carajás, que entraram em greve na manhã desta quarta-feira (30).

Paralisação Mateus_Fotos_Conecta Carajás (1)

Em frente ao supermercado, funcionários estenderam faixas e, usando microfone e carro de som, denunciavam situações trabalhistas vivenciadas na empresa. Uma funcionária grávida declarou que recentemente foi humilhada pela direção do supermercado, tendo ouvido deles que a gestação era a única coisa que a fazia continuar na empresa. Apoiados pelo Sintracpar (Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Parauapebas e Região), um grupo de mais de 30 funcionários foi categórico ao afirmar que o supermercado “ignora leis trabalhistas e escraviza os trabalhadores”.

De acordo com Antônio Júnior Azevedo de Sousa, secretário-geral do Sintracpar, os funcionários do Mix Mateus estão insatisfeitos com a direção do estabelecimento, bem como, estão sendo reprimidos. “A nossa maior reinvindicação é contra o assédio moral, que é muito grande na empresa. Os funcionários têm um ticket alimentação desde o mês de março, porém, o ticket só foi pago na última sexta-feira (25 de setembro), após uma mobilização do sindicato. A nossa convenção coletiva apresentou salário de R$ 975, só que a empresa pratica um salário abaixo do teto firmado em convenção e isso prejudica muito o trabalhador”, revela.

Antônio Júnior esclarece que o funcionário do referido supermercado trabalha 30 dias, mas não recebe por todos os dias trabalhados, apenas por 220 horas, o que impede que ele receba o teto de R$ 975. “É dessa forma que a empresa está atuando junto aos seus trabalhadores, desde a sua instalação na cidade, no mês de fevereiro. Conversamos com os advogados da empresa, realizamos três reuniões, na sede do sindicato aqui em Parauapebas, e uma em São Luís, mas não tivemos êxito nessas reuniões”, lembra, acrescentando que seis empregados da empresa que procuraram o sindicato foram demitidos. Conforme o Sintracpar, o Mix Mateus tem, em média, 350 funcionários em Parauapebas.

Outro lado

Paralisação Mateus_Informativo da empresaO Blog procurou a direção do supermercado para comentar as denúncias feitas pelos trabalhadores. Ninguém da direção da empresa gravou entrevista, apenas um informativo foi entregue aos veículos de comunicação que estavam ali. O documento, assinado por Diego Eceiza Nunes, advogado do Mateus Supermercado S/A, diz que: “a empresa está surpresa com a greve anunciada para o dia 30/09/2015, na medida em que as medidas alegadas para paralisação são a falta de pagamento dos valores deferidos em Convenção Coletiva, tanto para os empregados da ativa quanto aos que já foram desligados”.

Acrescenta também que: “a surpresa é ainda maior quando há pelo menos 10 dias a empresa iniciou e já concluiu todos os pagamentos de diferenças dos empregados, valores estes que foram repassados nos contracheques a cada trabalhador”. E finaliza: “continuamos abertos a negociar, como sempre, apenas lembramos que na última oportunidade em que estivemos em Parauapebas (23 e 24/09/2015) não fomos sequer recebidos por V.Sa”. 

Fotos: Conecta Carajás