Em Parauapebas, MST segue acampado próximo da Estrada de Ferro Carajás, da Mineradora Vale

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Na manhã de segunda-feira, 3, cerca de 2 mil trabalhadores rurais Sem Terra acamparam nas proximidades da ferrovia da mineradora Vale, entre os bairros Palmares Sul e Palmares II, em Parauapebas. De acordo com Pablo Santiago, um dos representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Parauapebas, a mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária que está acontecendo em vários estados brasileiros.

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“A intenção é fazer pressão contra os cortes que o governo federal vem fazendo com a política do ministro Joaquim Levy, de tirar os direitos dos trabalhadores, recursos para a educação, saúde e recursos para o pequeno agricultor”, justifica Pablo Santiago. No entanto, segundo ele, os juros de bancos e recursos destinados à empresas como a Vale, que recebe dinheiro do BNDES, não foram alterados. “Os impostos dos brasileiros estão indo para uma empresa como essa, que demitiu cinco mil trabalhadores numa primeira crise, uma empresa que não tem compromisso com o povo brasileiro de fato. Em contrapartida, o governo corta 9 bilhões da educação e 2 bilhões da pequena agricultura”, explica.

De acordo com nota publicada no site do MST, a Vale tem se tornado uma das principais inimigas dos camponeses no Pará e já subtraiu dos cofres do estado mais de R$ 25 bilhões. A nota destaca ainda que 74% dos R$ 506,96 milhões destinados pela Superintendência de Desenvolvimento na Amazônia (SUDAM) são apropriados pela Vale em vários projetos na exploração de ferro e cobre.

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Em Brasília, outros 2 mil manifestantes ocuparam o prédio do Ministério da Fazenda. Segundo Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, o movimento volta a denunciar a paralisação da reforma agrária no país com a realização de uma segunda Jornada de Lutas contra o ajuste fiscal do governo, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária – de R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão. Eles pedem que seja criado um Plano de Metas para assentar, no mínimo, 50 mil famílias por ano, no período de 2016 a 2018. A previsão é que o grupo permaneça mobilizado durante toda a semana.

A mineradora Vale foi procurada para se posicionar sobre o caso e sobre as afirmações do MST, mas se limitou a dizer que a ferrovia não foi ocupada.