O que fazer quando os sonhos não se realizam por completo?

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Certa vez, o ator e politico Arnold Schwarzenegger disse que “o importante para que as coisas deem certo nessa vida é nunca se deixar levar por um não recebido”. Alegando já ter recebido vários nãos, Schwarzenegger afirmou que se não fosse essa teoria, jamais teria sido campeão de fisiculturismo, ator de Hollywood ou governador da Califórnia, pois, em quase todas as portas que bateu, a resposta quase sempre foi um sonoro não.

Concordo com Schwarzenegger no tocante a perseverança. Acredito que ninguém jamais deve desistir de um sonho, mesmo aqueles que podem parecer absurdo.

sonhar1Aqui em Parauapebas, com população formada basicamente por imigrantes, existem milhares de sonhadores. Uns sonham com um emprego, outros com uma casa própria, outros têm sonhos utópicos, que nem mesmo usando toda a psicologia da Casa Verde, do eminente doutor Simão Bacamarte, de O Alienista ( * ), eles poderiam ser realizados.

Pois bem, há alguns anos conheci um empresário que tinha o sonho de ser prefeito desta jovem rica cidade. Mesmo com muita dificuldade, abusando da determinação e com a confiança que sempre demonstrou como empresário, ele conseguiu se articular e foi eleito para tal.

Estava realizado o sonho? Sim, o de sentar na cadeira mais macia do Morro dos Ventos, já que o de ser prefeito ainda estaria por vir. Passados quase mil dias sentado na cadeira de prefeito, creio, Valmir Queiroz Mariano ainda não conseguiu ver realizado seu sonho.

Não sou dado a análises como Simão Bacamarte, principalmente da mente humana, mas, com o tempo que tenho observando a política local e os atos dos ex-prefeitos, acredito que posso relacionar um grande motivo que levou o nosso atual alcaide a não ter seu sonho realizado.

Eu diria que a falta de confiança própria e em seus assessores seja o principal motivo, já que Valmir Mariano, um senhor de 67 anos que, apesar de toda a confiança que passava como empresário antes de se eleger, depois de eleito não consegue tomar uma decisão sozinho e manter essa decisão, aconteça o que acontecer.

Explico: o prefeito pegou fama de que não cumpre compromissos e de que é conduzido por pessoas que lhes são próximas há tempos. É público que tais fatos acontecem mesmo com Valmir Queiroz Mariano e que isso está levando seu governo para um buraco sem fim, ou melhor, está levando o político Valmir Mariano para o ostracismo pós-mandato.

Resta ainda pouco mais de 500 dias de governo e o que se vê é que Valmir Mariano e seus apaniguados  estão se sentido como um elefante solto em uma sala de cristal. Já ouvi dizer que esses apaniguados, ou melhor, esses que o protegem, já que apaniguado é quem é favorecido e não posso afirmar se estes foram. Pois bem, esses que o cercam serão outros em poucos dias. Parentes, amigos de longa data, funcionários públicos antigos e que merecem confiança e outros que nem tanto farão parte do novo staff que terá a função de conduzir esse restinho de governo até o fim. Resta saber se esse grupo terá o respaldo total do gestor ou se acontecerá com ele o que já virou rotina nesse governo: conversa-se, combina-se, trata-se… e, horas depois, vem o prefeito, alegando que conversou com seus “amigos” e que não poderá cumprir o acordado. No final, perdeu-se tempo (coisa que esse governo não tem mais), cultivou-se a ira do grupo, e nada foi feito.

Uma pena que tudo venha a terminar assim! Parauapebas, por tudo que já nos trouxe, merece ter um prefeito com P maiúsculo, um prefeito que trate com carinho, que coloque os interesses do município à frente de qualquer outro e que a transforme em uma cidade cuja a população tenha orgulho de viver.

Respeito o prefeito Valmir Mariano, assim como seus antecessores. Acho até que todos eles tiveram lá seus motivos temporais para não conseguir transformar Parauapebas nessa cidade orgulho. Mas deixo de respeitar qualquer um que peque contra Parauapebas por omissão, por preguiça ou por falta de vontade de mudar essa situação.

Que esses próximos 500 dias sejam de grata surpresa para todos nós, parauapebenses!

( * ) – O Alienista – Obra de Machado de Assis, que apresenta o médico Simão Bacamarte, um estudioso da mente humana que decide construir a “Casa Verde” – um hospício para tratar doentes mentais na pequena cidade de Itaguaí. O livro, uma obra prima do autor, mostra ao leitor que tudo é relativo e que a normalidade em sempre é aquilo que a ciência e os fatos atestam de forma absoluta.

9 comentários em “O que fazer quando os sonhos não se realizam por completo?

  1. Anônimo Responder

    Quem foi pra Bahia e aqora volta para mais um mandato, é só pra consolidar o patrimônio seu e da cumpanheirada. Xô PT

  2. Gildo Responder

    Texto puxa para uma reflexão: devemos olhar para os que estão com a intenção de sentar no lugar do Valmir de forma diferente como olhamos o empresário. Tá difícil melhorar com o que se aponta em 2016

  3. Yonne Responder

    Você tocou na ferida quando pede que Parauapebas seja bem tratada. Faço minhas suas palavras.

  4. Tigrão Responder

    Serrá que eles, o prefeito e os apaniguados que o cercam, leram esse belo texto? Se não deveriam ler. Parabéns Zé Dudu.

  5. Paulo Santos Responder

    Ótimo texto! Com simplicidade e exatidão você conseguiu definir bem o que está sendo o governo do empresário Valmir. Esperávamos mais, muito mais e torcemos para que ele consiga dar a volta por cima.

  6. Anônimo Responder

    Um Prefeito com P maiusculo que trate o municipio com carinho e que transforme a cidade num orgulho de se viver. Que coloque os interesses do município acima de seus interesses.MUITO BEM. Nada disso combina com quem tem seus interesses na Bahia e no Mato Grosso. Para esses, o orgulho de se viver é em Porto Seguro.

  7. Anônimo Responder

    A maioria do Secretariado não trabalha, querem usar a maquina publica para se beneficiar. Desenvolvimento retartado.

  8. Tiao Macalé Responder

    Parabéns Zé Dudu, belíssima analíse, que contempla a opinião de 90% da cidade, que não acredita mais nesse Desgoverno, sou empresario há mais 20 anos nessa cidade e nunca vi tamanho descaso e abandono no qual vivemos hoje, parabéns.

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