Deputados protocolizam pedido de CPI para investigar Serra Pelada

Continua depois da publicidade

Os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA) e Domingos Dutra (SDD-MA) deram entrada, na quarta-feira (12), na Câmara dos Deputados, ao pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidade e corrupção na gestão de contratos de exploração da mina de Serra Pelada entre a Colossus Minerals e a Coomigasp.

imagesO requerimento para a CPI recebeu a assinatura de 198 deputados, sendo que precisaria de apenas 171, e foi entregue ao secretário-geral da Câmara, Mozart Vianna.

O projeto Serra Pelada, bem como a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), e sua sócia no empreendimento, a mineradora canadense Colossus, estão sendo alvo de acusações de irregularidade e corrupção.

Segundo o deputado Arnaldo Jordy, “as denúncias de promiscuidade relatadas entre a cooperativa e a Colossus são gravíssimas, podendo ser apenas a ponta do iceberg, e somente uma Comissão Parlamentar de Inquérito pode ter o poder de alcançar os verdadeiros corruptores”.

“Com a CPI eles vão ter que vir, nem que seja na vara!”, disse o deputado Domingos Dutra, em referência às autoridades que terão que se explicar perante o parlamento devido às inúmeras irregularidades denunciadas.

O Ministério Público do Pará acusa a mineradora Colossus de fazer depósitos em dinheiro nas contas de ex-diretores da Coomigasp e de laranjas. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o promotor Hélio Rubens Pinho Pereira, do MP do Pará, explicou o esquema investigado.

“Nós percebemos que o dinheiro era canalizado primeiro para a conta de diretores e depois pulverizado para a conta de várias pessoas que não têm nenhuma conexão com a cooperativa: professores primários, camelôs, recebiam valores de até R$ 1 milhão nas suas contas. Além de haver saques na boca do caixa de até R$ 2 milhões, o que é indicativo bem claro de lavagem de dinheiro”, afirmou.

A Coomigasp, que está sob nova gestão, está sob intervenção da Justiça. O atual interventor, Marcus Alexandre, que preside a Cooperativa, foi indicado pelo juiz substituto de Curionópolis, Danilo Alves Fernandes.

A Colossus, no final de fevereiro, anunciou que a proposta sob a Lei de Falência e Insolvência (Bankruptcy and Insolvency Act ou BIA) do Canadá foi aprovada pela maioria dos credores.