Em Parauapebas, funcionários da A&M interditam PA-275. Centenas de trabalhadores ficam impedidos de subir a Serra dos Carajás

Continua depois da publicidade

(14359) Protesto de Trabalhadores em Parauapebas

O já conturbado trânsito de Parauapebas, em especial nas áreas próximas a portaria da Flona de Carajás, ficou o caos na manhã desta sexta-feira (15) em virtude de uma manifestação organizada por funcionários da A&M Mineração e Terraplenagem Ltda, terceirizada da Mineradora Vale em Carajás.

Segundo sindicalistas presentes à manifestação, a mesma se deu em virtude da Vale, a maior empregadora da região, não ter ainda cumprido uma ordem judicial de bloqueio de valores para garantir a rescisão contratual dos funcionários demitidos.

(14359) Protesto de Trabalhadores em Parauapebas

Os manifestantes ocuparam parte da PA-275 e Rua E, no centro comercial de Parauapebas inviabilizando que ônibus transportando os trabalhadores de outras empresas chegassem até a portaria de Carajás. Com a manifestação, centenas de funcionários deixaram de subir a Serra dos Carajás para trabalhar.

A Polícia Militar enviou 30 homens ao local para garantir a segurança dos funcionários e patrimonial. Segundo o comandante da PM em Parauapebas, Coronel Mauro Sergio, esse tipo de manifestação atrapalha muito o trâmite operacional da PM local em virtude do baixo número de policiais militares lotados no 23º Batalhão da Polícia Militar em Parauapebas, que atende Carajás, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Serra Pelada e Eldorado dos Carajás, além das Zonas Rurais dessas localidades.

Entenda o caso
Em agosto e setembro de 2012, a A&M rescindiu contrato de trabalho com 125 funcionários da empresa lotados em Carajás, sem que estes recebessem parte dos salários retidos, além das rescisões trabalhistas a que tinham direito. Em dezembro de 2012 o SINTRODESPA – SIND. TRAB. ROD. EMPR. TRANSP. PASSAG. INTERES. INTERM. URB. –  entrou com uma Medida Cautelar Inominada na 2ª Vara do Trabalho em Parauapebas solicitando o bloquei de R$1.000,000,00 ( hum milhão de reais ) em créditos da A&M junto a Mineradora Vale. O pedido foi deferido e a Vale efetuou o depósito judicial do valor solicitado, que, segundo o Dr. Rômulo Oliveira, patrono do Sindicato na causa, servira para quitar saldo de salários e parte das multas rescisórias.

Em meados de dezembro de 2012 o Sindicato entrou com uma ação questionando, entre outras, 30% de multa rescisória, rescisão complementar equivalente aos 8% de reajuste salarial de agosto e setembro de 2012 devido ao  dissídio coletivo, FGTS de novembro de 2011 a setembro de 2012 que não havia sido recolhido pela empresa, além de outros recolhimentos previdenciários. Para tanto foi solicitado que a justiça intimasse a Mineradora Vale a bloquear mais R$400.000,00 ( quatrocentos mil reais ).

Em 14 de dezembro de 2012 a justiça mandou bloquear, em até cinco dias, o valor solicitado pela assessoria jurídica do Sindicato, impetrando uma multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais) pelo descumprimento.  Intimada, a Vale prometeu fazer o depósito judicial na segunda quinzena de janeiro. Este não foi feito. No final de janeiro, Jean Armelino, chefe de relações trabalhistas da Vale, enviou e-mail ao Sindicato comunicando que ainda não havia sido possível efetuar o depósito, mas que este seria feito em 7 de fevereiro de 2013.

Passada a data marcada pela mineradora Vale, os trabalhadores, inconformados com que o presidente  do Simprobespa, Joel Pinto Silva, chamou de “falta de compromisso da mineradora com os trabalhadores” resolveram fazer a manifestação de hoje.

Concomitantemente à manifestação, Dr. Rômulo Oliveira da Silva, peticionou à juíza federal do trabalho titular da 2ª Vara em Parauapebas, Suzana Maria Afonso, que intimasse a Vale a efetuar o pagamento acrescido da multa aplicada na ocasião, que totaliza R$150.000,00 ( cento e cinquenta mil reais). Os autos estão conclusos à juíza.

À Assessoria de imprensa da Vale foi solicitado posicionamento da empresa sobre o caso, todavia, até o fechamento dessa postagem, nenhuma resposta havia sido transmitida ao Blogger.

Processo relacionado: 0002386-49.2012.5.08.0126

4 comentários em “Em Parauapebas, funcionários da A&M interditam PA-275. Centenas de trabalhadores ficam impedidos de subir a Serra dos Carajás

  1. luiz Responder

    ESSE PESSOAL DA A&M VAI DEIXAR LEMBRANÇA, ALÉM DOS FUNCIONARIOS DIRETO TEM OS INDIRETOS, FUNCIONARIOS DAS EMPRESAS QUE TOMARAM CALOTE.

  2. Raimunda Responder

    Tal qual o vereador da postagem acima, tem blogger também se achando a última cocada do pacote. Senta e aguarde que a VALE vai lhe dar um esclarecimento. Muito hilário.

  3. REALISTA Responder

    DE QUEM É A CULPA? VAMOS REFLETIR!

    Quando se fala de criminalidade em nosso País, percebe-se, nitidamente, a insegurança dos cidadãos, uma vez que a cada dia nos tornamos mais vítimas de bandidos, que não se importam de roubar, e até matar pessoas inocentes. Isso tem provocado toda a nação a tentar entender o porquê de tanta violência, ao mesmo tempo que aponta-se culpados por esse descontrole social.

    Percebe-se, com isso, que tem parecido mais fácil apontar o dedo para instituições que são responsáveis pela nossa segurança. Ouve-se muito comentários do tipo: “Isso acontece porque a Polícia não prende ninguém”; “A justiça não é justa porque a Polícia prende e ela solta”; entre outras colocações.

    Ora, todos os dias as Polícias prendem bandidos; também todos os dias a Justiça condena autores de crimes. A grande maioria das pessoas presas já têm passagem pela Polícia. Para comprovar o trabalho sério dessas instituições, basta fazermos uma pesquisa em qualquer presídio de segurança máxima, que veremos que todos estão super lotados. Então, por que os órgãos de Segurança Pública seriam os únicos culpados pela catástrofe que aí está? Onde está o papel social das pessoas? E a Família, será que está atuando da forma correta para com seus filhos?

    O Estado está longe de atingir um nível de atendimento satisfatório, em relação à Segurança Pública, isso não se pode negar. Mas, vejamos, quando é necessário o trabalho de repressão, ou seja, quando a Polícia e a Justiça começam a agir repressivamente, é porque algo não deu certo anteriormente.

    Isso permite-nos inferir que o mais importante trabalho de segurança pública está, não no trabalho duro da Polícia ou nas condenações severas da Justiça, mas sim nas bases da criação, ou seja, na família e na educação formal. Nisso o Estado é, de fato, muito falho, mas enquanto insistimos em apontar o dedo para nossos Políticos, dizendo que a culpa é deles, por exemplo, acabamos esquecendo que cada um de nós tem o papel decisivo na busca de uma sociedade mais justa.

    Ao cidadão, cabe uma maior vontade de se informar, para aí sim, poder fazer críticas, sejam elas destrutivas ou construtivas, ao sistema que aí está. Todas as instituições têm suas competências e limitações. Dessa forma, não podeira a Polícia Militar, por exemplo, fazer um procedimento de Flagrante Delito contra uma pessoa, quando a competência é da Polícia Civil. Em contra partida, a Polícia Civil não poderia fazer um trabalho ostensivo de rotina, quando isso cabe à PM.

    Atualmente temos um acesso rápido e fácil à informação, através das redes sociais e outros meios, mas ainda parece mais fácil querer entender o fim, quando muitas vezes não se tentou sequer se informar sobre início. É como se acusar o outro nos eximisse de qualquer culpa.

    A grande verdade é que tudo está desestabilizado. Pessoas inocentes morrem todos os dias, vítimas de bandidos, que não param de surgir. Se nada está bem, não caberia a cada um de nós voltarmos a atenção para nossas atitudes do dia-a-dia, fazermos uma reflexão, para, dessa forma, termos mais serenidade em apontar culpados, ou melhor do que isso, passarmos a apontar soluções, que podem partir desde a nossa própria casa? REFLITAMOS…

Deixe seu comentário

Posts relacionados