PM do Pará usa búfalos para fazer ronda na Ilha de Marajó

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Além de auxiliar no trabalho policial em locais alagados, a Bufalaria da PM virou atração turística . Foto: Alessandra Serrão/Ag. Pará/DivulgaçãoDez búfalos são usados pela Polícia Militar para fazer o policiamento ostensivo em Soure, na ilha de Marajó (PA). Os animais formam a chamada “Bufalaria da PM”, que há quase 20 anos atua de forma curiosa na cidade, garantindo a segurança de moradores e turistas.

O cabo da PM Cláudio Vitelli, que foi um dos primeiros policiais a montar na bufalaria da corporação, explica que o uso dos animais no policiamento da cidade ocorreu de forma natural. “Percebemos que a população usava os búfalos para fazer várias atividades. Pensamos, então, que esses animais fortes poderiam ajudar a desenvolver o trabalho da PM aqui na cidade”, conta.

No início, em 1992, apenas quatro búfalos participavam do trabalho. Alguns anos depois, outros animais e equipamentos, como carroças, entraram para o grupo. Os dez búfalos da PM são de quatro raças diferentes; dois são da mais forte dessas raças – a carabal.

“Os búfalos carabais são os mais fortes, pois são uma raça selvagem. No habitat natural eles são violentos e não permitem outro macho no grupo deles, só fêmeas. Os dois que temos aqui já foram treinados e respeitam os nossos comandos”, revela o cabo, enquanto faz a ronda montado em um dos animais.

“As pessoas, no início, não acreditavam que daria certo este tipo de policiamento, mas este animal é muito importante no nosso trabalho”, continua ele, informando que há casos em que a PM precisa percorrer terrenos alagados ou com lama, que só mesmo o búfalo aguenta.

Resistência
“Nos alagados, só os búfalos conseguem seguir sem problemas, pois eles têm uma tração muito forte, que o cavalo não tem”, compara. Assim, na cidade a bufalaria trabalha na ronda e, na zona rural, geralmente, em casos de roubo de gado.

Os cuidados com os animais são diários. Em uma pequena fazenda, próximo ao 8º Batalhão da PM, em Soure, fica o local onde os búfalos repousam, se lambuzam de lama para se refrescar e se proteger contra parasitas e também são preparados para trabalhar. Vitelli diz que antes de sair para as rondas, os animais recebem alimentação, são banhados e selados.

A rotina da bufalaria da PM, porém, não é apenas de rondas e combate ao crime. A PM, com este trabalho, acabou virando uma atração turística e exemplo de cidadania. “Recebemos muitos visitantes aqui no quartel que querem conhecer esse trabalho. Muita gente daqui também vem”, conta o policial, que dá palestras sobre o projeto para escolas e excursões que vão a Soure. A comunidade, que já está acostumada com os búfalos, de tantos animais que andam soltos pela cidade, já vê a bufalaria como uma parceira da segurança na cidade.

História
Baseado nas histórias que os mais antigos contam em Soure, o cabo Vitelli diz que há duas versões para o surgimento dos búfalos na região. Parte da cultura do arquipélago do Marajó, no Pará, os búfalos teriam chegado à ilha em 1890, quando um navio que carregava esses animais naufragou na costa. “Na hora do naufrágio, os búfalos, fortes, conseguiram nadar até a ilha e, desde então, se multiplicam aqui”, relata.

A outra versão também remete ao ano de 1890, quando uma tradicional família da época, a Vicente Chermont, teria trazido da Ásia os búfalos. Todos diziam naquele ano que o búfalo era uma espécie de gado. Sem demonstrar descrença, o policial acredita nas duas histórias. “Para mim, as duas versões são verdadeiras. Os animais chegaram na balsa que naufragou e conseguiram se salvar, e, no mesmo ano, a família trouxe mais búfalos para a ilha”, conclui. As informações são da assessoria de imprensa do Governo do Pará.

Fonte: Terra

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